Insular

sexta-feira, junho 30, 2006

Já não há...


Já não há chá
nem torradas pela manhã.
Não há o teu silêncio
ao saires da cama
de mansinho, para não me acordares,
não tenho já o beijo
de bons dias
nem o teu saltitar alegre pela casa.

Agora há ecos nestes corredores vazios
ecos silenciosos
do tempo em que te rias
para estas paredes.

Está ainda a tua almofada na cama
e o pijama dobrado,
tudo à espera que voltes.

Compro ainda o teu shampoo
na esperança
que retomes os teus banhos.

Os teus doces preferidos,
todos os dias colocados na mesa...
Não sei por que ilusão me deixo guiar
Não conheço já a verdade
em nada do que faço
nem sei por que pensamentos me levo.

Já não sei de mim...
O chá e as torradas frias...
e eu já sem apetite.

(5/12/05)

quinta-feira, junho 29, 2006

Perdida


Perdi-me
no mar dos teus olhos,
como a espuma na areia
entranhei-me neles.

Fiz deles cais e ponte,
amarra sem ancora.

Afoguei-me nos sentidos,
Eras cardume
Eras coral,
Foste ilha onde naufraguei.

Perdi-me
no mar mais profundo
de mim.

(2005)

quarta-feira, junho 28, 2006

Entre nós...


Uma noite de desassossego, com o teu perfume a entranhar-se na húmidade do meu corpo...

terça-feira, junho 27, 2006

Meu amor...

Os teus olhos nos meus
Os meus lá bios nos teus...
Sonhamos ao mesmo tempo.

Divagas por mim
dizendo-me palavras doces aos ouvido,
sabes que te quero?

segunda-feira, junho 26, 2006


Todas as noites me lembro
dos dias que passei contigo
todos os dias me lembro
das noites que passei contigo.

Cada lágrima
me lembra o teu sorriso
cada murmurio
me lembra a tua voz.

Vou concluindo
que sou apenas uma memória...

(7/01/06)

domingo, junho 25, 2006

Hoje... PORTUGAL!!!

Hoje não há texto escrito por mim...
Há o orgulho nacional!
O orgulho de ser portuguesa!!

As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.

Luis Vaz de Camões

The man of the match

sexta-feira, junho 23, 2006

Colar de perolas



Ainda hoje
uso o colar que tu me deste
aquele com perolasinhas mimosas,
e cada perola era um beijo.

Ainda hoje
uso o colar que tu me deste,
aquele com perolasinhas mimosas
e cada perola era um sonho.

Ainda hoje
uso o colar que tu me deste,
aquele com perolasinhas mimosas
e cada perola recorda um momento.

Ainda hoje
uso o colar que tu me deste,
com ele trago esperanças
trago sorrisos.

Ainda hoje
uso o colar que tu me deste.

(2/06/05)

quinta-feira, junho 22, 2006

Os teus versos


Anda, senta-te a meu lado
declama poesia
em tom de sussuro, ao meu ouvido
diz baixinho
os meus versos preferidos...

Sabes que o agradecimento
virá depois, mais logo,
em forma de paixão.

(19/07/05)

quarta-feira, junho 21, 2006

O Jardim


Vamos caminhando
de mãos dadas pelo jardim,
sentemo-nos lá ao fundo
debaixo daquele pessegueiro,
lembras-te do pessegueiro?
Onde passamos horas a rir
a conversar,
onde me contavas o teu dia
e eu te contava o meu dia esperando por ti.
Onde te lia os poemas que escrevia...
para ti.

Lembras-te das tardes de Sol?
Das tardes de chuva?
Era o nosso abrigo o pessegueiro.

Foram à sua sombra
os nossos beijos...
onde jurei que era só tua e para sempre
onde te senti meu pela primeira vez.

Continua lá o pessegueiro
com o seu aroma adocicado
que era o teu também...

(12/07/05)

terça-feira, junho 20, 2006



Já não me sento sozinha
tenho ocupada
a cadeira ao meu lado...

segunda-feira, junho 19, 2006


Revelas-me, na doçura desse olhar, todos os momentos que queres partilhar.
Sem hesitares, no sentimento que despertou.
Não sei de que cor vejo o claro do céu hoje, meu amor, mas está coberto dos teus sorrisos, imaginados.
Está cheio de titulos de poemas que me vais escrever e de palavras que te vou recitar.
Tudo começa a ficar cheio de ti!

(19/06/06)

domingo, junho 18, 2006


Quando cantas
quando me falas baixinho ao ouvido...
quando me conduzes pelas ruas
e me beijas sem a noção do tempo.

São espaços só nossos
que vamos sonhando junto.

(18/06/06)

sábado, junho 17, 2006


Revela-se um novo tempo.

Revelam-se novos sítios.

Revelam-se novos sentimentos.

sexta-feira, junho 16, 2006

Dúvida...


Matar de amor
ou
morrer de amores?...

quarta-feira, junho 14, 2006

"Tu"


És o descontentamento
do meu contentamento,
És o descanso
do meu sono.
És o meu impossivel
já realizado.
És a minha
luz na escuridão.
És de todas as fotografias,
que guardo,
a única que tenho na memória
para que te possa
a cada dia imaginar.

És de todos os sentidos
o meu toque,
o teu hálito embriaga-me
na doçura do teu olhar,
sou acometida
de uma delicadeza angelical,
penetras no meu inconsciente
e tomas conta de mim.

(2/09/05)

terça-feira, junho 13, 2006


"Quase erótico"
Se te disser agora
que quero provar o teu corpo
no primeiro encontro
E quero o sabor do Mel
da tua língua...
Que dirias?

segunda-feira, junho 12, 2006


O que pensavas de mim
Enquanto jogavas o jogo
das palavras indecifráveis?


Brilhando no escuro
em letras quadradas
que fizeste dos olhos
que eram os meus
que te dei e fizeste teus?

Que fizeste do bando de pássaros
que chegava ao fim da tarde
que ouviamos cantar na tua janela?

Que fizeste das ondas do mar
que eram as ondas do meu cabelo
que te dei para navegar?

Que fizeste do tempo
que foi a promessa
que deixaste passar?

E esta morte...
que fizeste dela
que teima em tardar...

(15/05/06)



domingo, junho 11, 2006

Can you really tell me what



is?...

sábado, junho 10, 2006


Imagem de Isabel Filipe

Porque não voltas atrás
nas palavras não ditas?
Porque não falas de ti
não falas de amor
e te deixas morrer?

Sai de dentro da solidão
das noites mal dormidas
que pensas em mim...

Sabes que eu sei
que tudo o que disseste não
foi em vão!
Foi só por medo, de algo estranho
E o prazer ainda está
na palma da tua mão!

(27/05/06)

sexta-feira, junho 09, 2006


Desocupa-me o tempo
da depressão,
Desocupa-me o espaço
que invadiste.

Desocupa-me o corpo
Desocupa-me a alma.

Quero ser livre!
Tenho que ser livre!

O teu possuires-me sem hora
faz-me perder a noção do tempo
que se transforma em ar
Que é o ar que respiro.

Agora quero estar sem ti
tenho necessidade de estar sem ti.
Desocupa-me.

(13/07/05)

terça-feira, junho 06, 2006

Devido a problemas de internet vou estar "out" por uns dias.
Espero que a malta da netcabo resolva o assunto depressa!...

domingo, junho 04, 2006


Partiria de bom grado
agora, na barca de Caronte,
já cumpri os meus ideais
neste mundo.

Já fiz revoluções
participei em guerras
presidi julgamentos
Nunca ganhei qualquer causa.

Nunca tive nobreza de espirito
para reconhecer
quantos erros cometi.

Travei tantas batalhas
por esta vida
a maior delas, contra mim
tentando derrubar-me
tentando aprisionar-me
a inutilidades.

Nunca cheguei a entender
verdadeiramente quem sou,
não vim com qualquer indicação
do caminho que deveria seguir.
Entrei cega neste jogo
sem ter bussula com que me orientar.

Trilhei e bati sozinha
estas matas densas,
para a minha retirada.

Vivi como eremita...
antes do tudo
em que me transformei.
Não quis seguir os sinais
por teimosia...
agarrei-me apenas ao tempo.

Não quis abrir os olhos
quando escureceu...
Leva-me Caronte...
por todos os pecados cometidos
está já na hora
da minha travessia.

(20/12/05)

sábado, junho 03, 2006


Chegado o dia
em que me dou.
No campo de rosas
plantado por ti, tenho,
o ser em harmonia com a brisa.

Chegado o dia
em que as estrelas brilham
só na minha direcção.

Chegado o dia,
de vires até mim,
mandei acender velas perfumadas,
para te guiarem no caminho.

Chegado o dia
em que a comunhão perfeita
fará unir os polos distantes
e que todos os lugares
se transformam num só.

O dia em que o mundo pára
só para te ver desfilar
coroado de glória
por ascenderes ao teu reinado,
EU sou o teu país.

(13/09/05)

sexta-feira, junho 02, 2006

(foto de Clitie)



Grita o meu nome
baixinho, meu amor,
porque mesmo distante
o vento traz
as tuas palavras até mim.

(22/08/05)

quinta-feira, junho 01, 2006


Forrei o chão de pétalas
para louvar a tua glória
à passagem pelo meu corpo.

Fiz um colchão
de espuma perfumada
onde te deitaste, lentamente,
e eu contigo.

Partilhei contigo os sonhos,
E tu,
prometeste realizá-los.

Agora, que me deito a teu lado,
vejo as minhas fantasias transformadas,
O objecto do meu desejo
repousa em mim
sem contestar.

Assim,
passo à certeza
que pertencemos um ao outro para sempre.

(28/08/05)
 
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