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terça-feira, setembro 26, 2006

Alma de pássaro




"Apercebo-me que foi com ela que perdi o medo de amar e de me entregar a alguém, o que nunca tinha feito desde a partida da minha mãe. E, pior ainda, nunca tinha querido, ou podido, ou sabido fazer.
A Inês resgatou-me os afectos, devolveu-me o coração, mexeu com a minha vida de uma forma que nem ela imagina, e é por isso que, apesar de todas as guerras que ela queira encenar, só a consigo lembrar com doçura. Como se, ao esquecê-la, perca outra vez o meu lado mais humano."

Margarida Rebelo Pinto in "Alma de pássaro"

segunda-feira, setembro 25, 2006

Inês de Castro


D. Inês de Castro era uma fidalga galega, de rara formosura, que fez parte da comitiva da infanta D. Constança de Castela, quando esta, em 1340, se deslocou a Portugal para casar com o príncipe D. Pedro (1320-1357).
A beleza singular de D. Inês despertou desde logo a atenção do príncipe, que veio a apaixonar-se profundamente por ela. Desta paixão nasceu entre D. Pedro e D. Inês uma ligação amorosa que provocou escândalo na Corte portuguesa, motivo por que o rei resolveu intervir, expulsando do reino Inês de Castro, que veio a instalar-se no castelo de Albuquerque, na fronteira de Espanha.
D. Constança morre de parto em 1345 e a ligação amorosa entre D. Pedro e D. Inês estreita-se ainda mais: contra a determinação do rei, D. Pedro manda que D. Inês regresse a Portugal e instala-a na sua própria casa, onde passam a viver uma vida de marido e mulher, de que nascem quatro filhos. Os conselheiros do rei aperceberam-se das atenções com que o herdeiro do trono português recebia os irmãos de D. Inês e outros fidalgos galegos, chamaram a atenção de D. Afonso IV para aquele estado de coisas e para os perigos que poderiam advir dessa circunstância, uma vez que seria natural antever a possibilidade de vir a criar-se uma influência dominante de Castela sobre a política portuguesa. E persuadiram o rei de que esse perigo poderia afastar-se definitivamente, se se cortasse pela raiz a causa real desse perigo: a influência que D. Inês exercia sobre o príncipe D. Pedro, que um dia viria a ser rei de Portugal. Para isso seria necessário e suficiente eliminar D. Inês de Castro. O problema foi discutido na presença dos conselheiros do rei em Montemor-o-Velho, e aí ficou resolvido que Inês seria executada sem demora.
Quando D. Inês soube desta resolução, foi ter com o rei, rodeada dos filhos, para implorar misericórdia, uma vez que ela se considerava isenta de qualquer culpa. As súplicas de Inês só momentaneamente apiedaram D. Afonso IV, que entretanto se deslocara a Coimbra para que se desse cumprimento à deliberação tomada. E a execução de D. Inês efectuou-se em 7 de Janeiro de 1355, segundo o ritual e as práticas daquele tempo. Anos depois, em 1360, D. Pedro I, já então rei de Portugal, jurou, perante a sua corte, que havia casado clandestinamente com D. Inês um ano antes da sua morte. O tema dos amores de D. Inês e da sua triste morte interessou grande número de poetas e escritores de várias épocas e de várias nacionalidades, e pode dizer-se que se contam por centenas as obras literárias em que o tema foi tratado.
Baseado em Diciopédia 2006

domingo, setembro 24, 2006

Completas


Fotophorum

A meu favor tenho o teu olhar
testemunhando por mim
perante juízes terríveis:
a morte, os amigos, os inimigos.

E aqueles que me assaltam
à noite na solidão do quarto
refugiam-se em fundos sítios dentro de mim
quando de manhã o teu olhar ilumina o quarto.

Protege-me com ele, com o teu olhar,
dos demónios da noite e das aflições do dia,
fala em voz alta, não deixes que adormeça,
afasta de mim o pecado da infelicidade.

Manuel António Pina

sábado, setembro 23, 2006

De Veritate

A mentira é relativa,
não a verdade – palavra provocativa,
concreta,
que irrita a hipocrisia,
irrompe e racha a terra, rumo
e risco do raio, explosivo riso.

A mentira é individual,
não a verdade – válida para general
e soldado,
para homem e animal,
cujas patas e sapatos pisam
a poeira e as pedras do imparcial planeta.

A mentira é estática,
não a verdade – a verdade matemática,
por exemplo,
acelera máquinas
que inovam os ventos, inventam
novos movimentos e movem rápidos instrumentos.

A mentira dói,
não a verdade – bálsamo, doce voz,
carinho
que transforma o eu em nós,
cura o câncer, cala o rancor, carrega
conosco a cruel jóia da cruz.

A mentira é nua e crua,
não a verdade – na vestidura
da paz,
invencível na luta,
leve alimento que levanta,
alivia, lenifica, nutre e alumia.

A mentira parece verdade,
não a verdade – que nada imita e arde
o seu fósforo,
e cresce em progressivo alarde
queimando madeiras e canteiros, incendiando
feiras, aldeias e cidades inteiras.

Gabriel Perissé
(este texto veio da menina Wind, tenham atenção a estas palavras porque há muita gente que para elas não fará qualquer sentido, infelizmente).

quinta-feira, setembro 21, 2006

Amor como em casa


Fotophorum

Regresso devagar ao teu
ao teu sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído precorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

Manuel António Pina

terça-feira, setembro 19, 2006

domingo, setembro 17, 2006

When I Think of you



You're my past, my future
My all, my everything
My six in the morning when the clock rings
And I open up my eyes to a new day
My laughs, my frowns
My ups, my downs
It's a feeling that you get
When you know that something's true
When I think of love I think of you

I'm looking at you while you're sleeping here beside me,
Oh, mere words can't explain the love I have inside
Its more than just a physical thing, I know
Its something like spiritual connection
I feel it in my soul, heart and mind

The sweetest thing is what you are
From you I'll never be to far,
Please say forever you will stay beside me

Lee Ryan

quinta-feira, setembro 14, 2006

Para ti

Houve alturas em que queria passar por cima do tempo
agora, deixo que ele passe por mim, docemente
divago num mar, que me leva para longe da costa
não tenho terra firme à vista
mas sei que tenho pé...

Sei que prezas cada momento,
como um único, com o cuidado
com que acaricias a minha pele
e que guardas os segundo contigo
e os vais multiplicando.

Falha-me a voz por vezes
quando te quero falar do sentimento
uso gestos para me definir,
e não há maneira de fazer justiça
ao que sinto.

As palavras ditas soam mais dificeis
só por isso te descrevo...
E sei que ao leres, te chegará aos lábios
um terno sorriso...

(14/09/06)

quarta-feira, setembro 13, 2006

Animal de estimação

Para quem sempre sonhou ter um animal de estimação mas não pode cuidar dele... Aqui está uma ideia.

domingo, setembro 10, 2006

Trago-te nos braços ao cair da tarde
quando a glicínia cheira na porta do meu corpo
tacteias a espaço a porta entreaberta
e reténs o grito na fogueira da boca
convulsionada e ágil te conduzo
na relva agora húmida e macia.
Fecho-me para crescer em ti
os dedos acordados e subtis

e é tudo água, vórtice, clarão.

Maria Aurora Carvalho Homem

quinta-feira, setembro 07, 2006

Vou de fim de semana...

terça-feira, setembro 05, 2006

Há momentos simples
que nos dão tanto prazer...

domingo, setembro 03, 2006

"Problema de expressão"

Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.

Por vezes não é facil dizer o que se sente...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Bom fim de semana

Há algo que me chama...
Hummmm
É o fim de semana!
Vou!...
BOM FIM DE SEMANA!
 
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