Partiria de bom grado
agora, na barca de Caronte,
já cumpri os meus ideais
neste mundo.
Já fiz revoluções
participei em guerras
presidi julgamentos
Nunca ganhei qualquer causa.
Nunca tive nobreza de espirito
para reconhecer
quantos erros cometi.
Travei tantas batalhas
por esta vida
a maior delas, contra mim
tentando derrubar-me
tentando aprisionar-me
a inutilidades.
Nunca cheguei a entender
verdadeiramente quem sou,
não vim com qualquer indicação
do caminho que deveria seguir.
Entrei cega neste jogo
sem ter bussula com que me orientar.
Trilhei e bati sozinha
estas matas densas,
para a minha retirada.
Vivi como eremita...
antes do tudo
em que me transformei.
Não quis seguir os sinais
por teimosia...
agarrei-me apenas ao tempo.
Não quis abrir os olhos
quando escureceu...
Leva-me Caronte...
por todos os pecados cometidos
está já na hora
da minha travessia.
(20/12/05)
1 Comentários:
Às junho 06, 2006 9:19 PM , DE-PROPOSITO disse...
E andei por aqui. Não consegui perceber o queres transmitir no texto.
Fica bem.
Beijinhos.
Manuel
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