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quarta-feira, maio 24, 2006

Não sei quantos dias
quantas noites levo já sem dormir
são 2h da madrugada
ainda escrevo para ti,
ainda espero que toque o telefone,
na hora da morte das coisas
não sei por que ilusões
me levo ainda
se a esperança
já não se define para mim.

Por quem me tomaste?
Por uma boneca de trapos sem coração?
Por uma marioneta que articulas ao som
dos teus próprios desejos?

Não viste nunca
que por baixo de trapos
e farrapos
batiam sentimentos?

Não leste
que por baixo da capa
já rasgada
deste livro
havia ainda palavras?
Não as leste?
Não tas ditei eu?

Compus todas as músicas
todas as que consegui
para te mostrar
que estava viva...
Rasgaste as folhas pautadas
porque não deste importância
ao que te cantei.

Tantos pedaços de momento
só para ti
que existiram só para ti!!

E agora nem me gritas?...

(8/12/05)

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