quarta-feira, maio 31, 2006
terça-feira, maio 30, 2006
segunda-feira, maio 29, 2006
A garrafa de vidro
Dentro de uma garrafa de vidro
Vivia uma bailarina
Oh, linda bailarina!
Frágil e cheia de esperança
Protegida pela transparencia cristalina.
Fora de uma garrafa de vidro
vivia um rapaz
Oh, pobre rapaz!
Que queria mudar de eu
por ver a desgraça à sua volta.
Por ansia de viver, soltou a bailarina,
Para fora da garrafa de vidro.
Por ansia de se esconder
Saltou o rapaz para dentro da garrafa de vidro
A frágil bailarina da garrafa de vidro
Não aguentou e morreu.
Angustiado o rapaz de fora da garrafa de vidro
Não chorou mas sofreu!
(1994/07/13)
(escrito depois de ver uma exposição de pintura em Oliveira do Hospital, em que a tela era "Virgindade conservada", com uma rapariga no interior de uma garrafa)
domingo, maio 28, 2006
Foto de Clitie
Traz-me lÃrios e malmequeres
Meu amor, quando voltares,
Traz-me ramos de rosas
E túlipas aos pares.
Traz flores que encham
todas as jarras vazias
do nosso lar.
Traz contigo
beijos e carinhos
em forma de presente.
Em troca,
Pinto um quandro
Em forma de jardim,
Os dois passeando de mãos dadas
E tu sorrindo para mim.
(28/04/05)
sábado, maio 27, 2006
O milagre
Era a procriação dos Deuses
a virgindade deixada morrer,
o cinto de castidade desapertado
por ti.
Eu no teu colo
chorando de amor,
ouvindo promessas.
Ficamos ligados por laços
que tu te esqueceste de alimentar.
O meu corpo morto
por não me quereres
e os sonhos que não se apartam de mim...
Foste todo este tempo
o milagre concebido
através dos meus sonhos irreais!
(26/05/06)
Dentro de mim...
Quero o teu mel, amor,
quero-te em mim, cheio de dor
quero a cor dos teus olhos
passando por dentro de mim,
quero o teu negro de pele
na minha boca!
Fiquei assim...
Quero o teu som, amor,
murmurios de ti
gritos em mim, a tua voz
no canto dos sons que me ditas.
Talvez um dia
não longe demais
e a tentação de me teres
te chame mais alto!
E ficaremos assim...
tu dentro de mim...
(26/05/06)
sexta-feira, maio 26, 2006
Aquele verão
Mirei o horizonte...
e vi sombras
inexplicavelmente abstractas.
Vi a tua silhueta
os contornos do teu rosto.
Pensei confundir-te
com meros passageiros...
Mas não!
Implorei
para que fosse imaginação,
mas não!
A realidade estava ali
Diante de mim, sorrias
sem saberes o que sofria.
- Olá - murmuraste
Fria e sem sentido
me suou essa palavra.
Recordei os momentos,
Para ti,
um mero passatempo.
Desabou sobre mim
um mundo,
A inveja dos homens,
a inrresponsabilidade dos humanos.
Surgiu-me no pensamento
aquele verão.
(92/01/15)
quinta-feira, maio 25, 2006
Anda, por que esperas?
Não te disse já que sou tua
Não te disse já que te pertenço?
Queres que grite mais alto?
Por que esperas?
O passar do tempo sem ti atormenta-me.
Não vês?
Vem que se faz tarde já
e todos os segundos são preciosos
todos os segundos,
quando se ama!
Não vens?
Porquê? Se me dizes que me queres...
(5/11/05)
quarta-feira, maio 24, 2006
quantas noites levo já sem dormir
são 2h da madrugada
ainda escrevo para ti,
ainda espero que toque o telefone,
na hora da morte das coisas
não sei por que ilusões
me levo ainda
se a esperança
já não se define para mim.
Por quem me tomaste?
Por uma boneca de trapos sem coração?
Por uma marioneta que articulas ao som
dos teus próprios desejos?
Não viste nunca
que por baixo de trapos
e farrapos
batiam sentimentos?
Não leste
que por baixo da capa
já rasgada
deste livro
havia ainda palavras?
Não as leste?
Não tas ditei eu?
Compus todas as músicas
todas as que consegui
para te mostrar
que estava viva...
Rasgaste as folhas pautadas
porque não deste importância
ao que te cantei.
Tantos pedaços de momento
só para ti
que existiram só para ti!!
E agora nem me gritas?...
(8/12/05)
terça-feira, maio 23, 2006
Não sei como partiste
sem que eu desse por isso...
ou fui eu que não quis ver...
Não sei!
Mas não há mais beijos
para beijar,
Não há mais abraços
para abraçar,
Não há mais olhares
para olhar,
Não há mais de ti
para mim.
Nem reconheço este local
para onde vim agora
é tudo estranho para mim
são todos estranhos
é um mundo estranho
é nestas páginas que se findam
que ainda escrevo
para ti!
Já pouco há a dizer,
já não sei como pedir.
Se voltasse atrás
não queria nada escrito desta forma
refazia o texto do destino
à minha medida,
do tamanho de cabermos nós
eu e tu e sempre...
não me arrependo dos momentos
retirava ao livro
o capÃtulo "doloroso".
(14/12/05)