Já não há...
Já não há chá
nem torradas pela manhã.
Não há o teu silêncio
ao saires da cama
de mansinho, para não me acordares,
não tenho já o beijo
de bons dias
nem o teu saltitar alegre pela casa.
Agora há ecos nestes corredores vazios
ecos silenciosos
do tempo em que te rias
para estas paredes.
Está ainda a tua almofada na cama
e o pijama dobrado,
tudo à espera que voltes.
Compro ainda o teu shampoo
na esperança
que retomes os teus banhos.
Os teus doces preferidos,
todos os dias colocados na mesa...
Não sei por que ilusão me deixo guiar
Não conheço já a verdade
em nada do que faço
nem sei por que pensamentos me levo.
Já não sei de mim...
O chá e as torradas frias...
e eu já sem apetite.
(5/12/05)